terça-feira, 18 de março de 2014

Profissão repórter/torcedor

Eu jamais escondi e não faço a menor cerimônia ao informar para qual time eu torço. Sou daqueles torcedores que deixam de ir pra enterro de parente pra acompanhar o jogo do Grêmio. Sou daqueles que se emocionam somente por entrar no estádio e ouvir o canto da torcida. Sou assim, nasci assim, desde que me entendo por gente tive o Grêmio na minha vida e não há nada que me fará mudar.

Porém, escolhi ser jornalista e confesso que nem sempre é fácil provar a imparcialidade ou lidar com a eterna dúvida do público sobre qual o lado do comentarista é que está dando o tom ao comentário, se o do jornalista ou o do torcedor apaixonado. Separar a figura do jornalista da do torcedor nunca foi difícil pra mim e não vejo problema algum nisso. Por quê? Simples, o jornalista esportivo de hoje, só está nesta carreira porquê provavelmente desde criança é um apaixonado por esporte e, por ser um apaixonado, com certeza ele tinha/tem um time do coração. É hipocrisia negar isso.

Mas por quê então esse medo de assumir o time? Narradores e repórteres que circulam no meio dos torcedores em dias de jogos eu até entendo devido a questão da violência. Já pensou se o Galvão Bueno dissesse num sábado que é flamenguista e no domingo vai ao Maracanã narrar um Fla-Flu? Ele jamais teria sossego (se bem que ele não tem mesmo não assumindo).

Dois bons exemplos de jornalistas que assumem seus times são o Juca Kfouri e o Paulo Vinícius Coelho, por exemplo. Assumidamente corinthiano e palmeirense, os dois torcem, mas tecem comentários imparciais. Eu, como jornalista, por exemplo, diria que o D'alessandro é um dos maiores jogadores da história do Internacional. Bom de bola, ganhou títulos e sabe como poucos provocar o maior rival, qualquer torcedor gostaria de ter um jogador assim no seu time. Como torcedor, direi que ele não passa de um enganador com a voz fina, que eu jamais gostaria de ter um cara assim no meu time e que ele nada mais faz além de limpar os cofres do time vermelho e viver querendo "pular da barca".

Toda pessoa que trabalha com futebol tem um time. Assumir ou não é apenas o que diferencia cada profissional. Repito, entendo os que não assumem, porém não se pode condenar os que falam abertamente o time de coração. Cabe ao profissional saber o momento certo de falar sério e o de fazer a famosa corneta, assim como cabe a quem recebe a informação saber diferenciar cada momento e respeitar as diferenças.

Eu comento em rádio, escrevo para sites e uso as mais diversas redes sociais. Em todos os lugares dou a minha opinião e em cada um deles posso adotar um tom diferente conforme o necessário. A única semelhança é que em nenhum deles eu esconderei o fato de que sou orgulhosamente GREMISTA.

Ficou curioso para saber o time dos jornalistas? Então divirta-se com a lista a seguir e confirme (ou não) as suas suspeitas.

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