terça-feira, 14 de maio de 2013

Alô, é o Pedro?

Certa vez, quando trabalhei como assessor na Câmara dos Deputados, meu chefe, como era de costume todas as manhãs, me pediu uma série de ligações. O ano era o de 2003 e a ligação a ser feita era para Lisboa, capital portuguesa.

- Alô!
- Bom dia, quem fala?
- É o Pedro, gostaria de falar com quem? - respondeu uma voz um tanto quanto familiar para um apaixonado por futebol como eu.
- O Deputado Fulano gostaria de falar com o Senhor Luiz Felipe.
- Ah, sim! Sou eu. - exclamou a mesma voz.

Na correria do dia não havia me dado conta, mas o Pedro em questão era nada mais nada menos que o Felipão, na época já pentacampeão mundial pelo Brasil e então treinador da seleção de Portugal, mas que, para um gremista fanático como eu, era quase um semideus. (Aliás, para os gremistas a santíssima trindade passa pelos nomes de Fábio Koff, Luiz Felipe Scolari e Renato Gaúcho, para fechar o santo elenco, Danrlei surgeria como uma espécie de coroinha).

Pois bem, passados 10 anos, Felipão já não mora mais em Portugal, rodou o mundo e hoje novamente está à frente da seleção brasileira, porém, nem de longe desfruta do prestígio adquirido em 2002 ao ganhar uma Copa do Mundo. Scolari passou por clubes renomados como o Chelsea, por outros desprezíveis como um do Uzbequistão, culminando com uma demissão vexatória do Palmeiras, onde é quase tão idolatrado pelos torcedores quanto no Grêmio. O time paulista foi rebaixado e como "prêmio", além da demissão, Felipão ganhou a chance de sagrar-se hexacampeão com a seleção brasileira, jogando em casa.

Não sou, nem nunca fui um fã da seleção. Sou daqueles que, como a maioria dos torcedores brasileiros (acredito eu), dá muito mais valor ao próprio time, mas devido ao viés destas Copas, tanto a das Confederações como a do Mundo, resolvi prestar mais atenção. 

O que vejo é uma zona sem fim, dentro e fora de campo. Felipão pegou o chamado "rabo de foguete". Desde que me entendo por torcedor, o Brasil sempre pôde formar duas, três seleções de craques ao mesmo tempo, atualmente conseguimos formar uma, e bem meia boca. Já não temos mais os craques. Se antes produzíamos atacantes aos montes, hoje nossos melhores jogadores, os que se destacam em grandes times europeus, estão na zaga.

Não achei correto o convite feito pela CBF ao treinador, não era a hora dele, mas admiro a coragem de Felipão ao colocar toda a sua história em jogo e voltar a assumir a seleção. Se ganhar, por ser em casa, não terá feito mais do que a obrigação, se perder, será execrado e muitos sequer lembrarão de sua vitoriosa carreira até então. A tarefa é árdua, pois até os que hoje o criticam, não conseguem apontar soluções. O que fazer então? Não sei, mas como um bom fiel, ficarei na torcida. Boa sorte, Pedro!

Será? Acho que a cegonha anda com problemas.

Convocados para a Copa das Confederações:

Goleiros: Julio César, Diego Cavalieri e Jéferson.
Zagueiros: Tiago Silva, David Luiz, Réver e Dante.
Laterais: Marcelo, Daniel Alves, Jean e Filipe Luís.
Volantes: Fernando, Hernanes, Paulinho e Luís Gustavo.
Meias: Oscar, Bernard e Jádson.
Atacantes: Lucas, Hulk, Neymar, Leandro Damião e Fred.

Obs.: eu acho um erro terrível a não convocação do Kaka. Mesmo sendo reserva do Real Madrid, é um grande jogador e seria muito útil tanto dentro como fora de campo, principalmente em uma competição com as grandes e experientes seleções do mundo.

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