sábado, 3 de maio de 2014

Família Futebol Clube


Na última fatídica quarta-feira, fui até a Arena do Grêmio para acompanhar o jogo contra o San Lorenzo pela Libertadores. O resultado todos já sabem, mas gostaria de contar algo curioso que presenciei. Como sempre, fiquei no setor do gramado, quase em cima do túnel por onde saem os jogadores e imediatamente em cima da tribuna onde ficam convidados, amigos dos atletas, jogadores não relacionados para aquele jogo e familiares de alguns deles. 

Geralmente, nas outras vezes que fui, vi um jogador e dois ou três parentes, os quais identificamos pelas camisas e o óbvio fanatismo pelo que torcem durante o jogo, fica fácil de identificar. Porém, desta vez, talvez pelo caráter decisivo do jogo, a tribuna estava repleta deles. Tanto de jogadores como de familiares.

A primeira que vi foi a esposa do goleiro Marcelo Grohe. Sou muito fã do goleiro e já a conhecia, mesmo assim seria fácil identificá-la, era a única com a novíssima camisa estampando o número 1 e o nome do jogador. A camisa sequer está a venda ainda. Quando o goleiro entrou para aquecer e a torcida gitou o nome dele, foi nítida a emoção dela. O mesmo ocorreu na hora dos pênaltis.

De parentes, ainda vi familiares do zagueiro Pedro Geromel, do Barcos, do Dudu, Pará e do Lucas Coelho. Esses foram os facilmente identificados. Os que mais sofriam durante o jogo eram os familiares do Dudu, provavelmente irmão dele, e o do Lucas Coelho.

Dos jogadores encontrei três: o goleiro Busatto, o lateral-direito Moisés e o meia argentino Alan Ruiz. O goleiro vi apenas no intervalo cumprimentando amigos, não vi suas reações durante o jogo. O meia Alan Ruiz assusta pela cara de criança, parecia perdido no meio da imensidão da Arena. Por vezes ele dava mais atenção a namorada, muito linda por sinal, do que ao jogo. A torcida xingando até o Papa em determinados lances e o meia rindo com a sua respectiva. Normal, mas confesso que temi por algo pior caso algum torcedor mais alterado presenciasse a cena.

O mais curioso foi com certeza o caso do lateral-direito Moisés que estava sentado uma fileira abaixo da minha. O titular do time, e contestadíssimo, é o Pará. Antes mesmo do jogo começar amigos do Moisés chegavam nele e diziam algo como "Ué, não vai jogar?". Eles só ria, totalmente sem graça. A cada lance que o Pará errava, e foram muitos, torcedores gritavam pela saída dele do time titular. Ninguém pedia pelo Moisés, mas o constragimento dele ouvindo as críticas era claro. Quanto mais altas as vaias ao titular, mais o Moisés ia se afundando na cadeira, por vergonha talvez, mesmo que somente dois ou três dos torcedores ali o tivessem reconhecido (eu conheci porque sou daqueles que sei o nome até dos roupeiros do time). No intervalo, amigos vieram até o Moisés e pude ouvir alguns comentários. Eles analisavam as jogadas e os erros do Pará. Moisés apenas escutava e no pouco que disse falou algo do tipo "É difícil, o jogo está complicado".

Enfim, foram apenas fatos curiosos que presenciei, nada demais, mas é bacana ver esse lado "humano" dos jogadores e seus familiares. Lógico que a torcida dos familiares dos atletas é muito mais pessoal e completamente diferente da dos torcedores comuns. Cada um ali defende o seu peixe. Se o Grêmio ganha é ótimo, mas se perder e o seu parente/amigo jogar bem, para eles serve também. 

O futebol tem várias facetas, é um mundo à parte e uma coisa da qual eu adoro na Arena é esse lado que aproxima os torcedores dos jogadores e dirigentes. Ah! vale ressaltar que em momento algum houve confusão, jogadores e familares circulavam tranquilamente entre os torcedores, coisa que me deixou bem orgulhoso na verdade. Com respeito e educação tudo fica muito mais fácil.

Na vitrola

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