quinta-feira, 6 de março de 2014

Cães-guia para cadeirantes

Sempre gostei de cachorro, desde que me entendo por gente não lembro de ter ficado sem ter um. Cresci com eles e pelo visto será sempre assim. Atualmente temos dois, a Mel, uma Lhasa Apso de 10 anos e já bastante temperamental e o Sheldon, um Boxer de apenas 5 meses.

Pegamos a Mel bem antes do meu acidente, e incrivelmente seu comportamento após me ver na cadeira de rodas mudou. Ela passou a ficar sempre próxima, muitas vezes dormindo ao lado ou embaixo da minha cadeira. Ela é completamente apegada a minha mãe, por isso acredito que ficar próxima da cadeira seja mais por ser um local protegido. Afinal eu não saio do lugar mesmo. Quando estou no quarto e chamo alguém pra me ajudar, caso ninguém venha a Mel vai até onde tem alguém e fica olhando, quase como se disesse: "O seu surdo, não está ouvindo o cadeirante chamando?".

Já o Sheldon... bom, esse é um caso a parte. Quando estive nos EUA, era comum ver cadeirantes com cães-guia. Cachorros treinados como os que costumamos ver com pessoas cegas, mas que auxiliavam cadeirantes das mais variadas formas. Puxavam a cadeira, abriam portas, pegavam objetos no chão, desviavam a cadeira de buracos e desníveis... era incrível.

No Brasil, cansei de procurar por lugares que adestrassem cachorros com essa finalidade, mas nunca encontrei algo específico como o Canine Companions for Independence na Califórnia, por exemplo. Apenas achei adestradores que, apesar de jamais terem treinado com essa finalidade, se dispuseram a tentar. Sendo assim passei a procurar um cão para isso. Labrador e Golden Retriever foram as raças que mais me indicaram, porém surgiu o Sheldon, um Boxer.

Apesar de não ser tão grande quanto os que me indicaram, o Boxer é igualmente forte e de fácil trato. O Sheldon (Sim, sou fã de The Big Bang Theory) já está famoso pelas fotos e acreditem, no dia em que não coloco uma sequer, sou cobrado por isso. Ele é extremamente brincalhão, mas obediente (menos quando se trata de vasos de flores).

Semana passada começamos o treinamento com ele, a ideia é primeiramente ensinar comandos básicos como senta, fica, deita... para somente depois tentar algo mais complexo. Se ele conseguir me auxiliar em coisas simples como abrir uma porta ou pegar algo no chão já será muito útil no meu dia a dia. São coisas impossíveis pra mim e que podem ser fáceis para um cachorro bem treinado.

Ao ler sobre adestramento de cães para deficientes, vi que apenas um terço dos cães concluem o treinamento com sucesso. Não é todo cachorro que aceita, pelo que vi do Sheldon, ele aceitará, vamos ver. No fim, se ele não comer as rodas da minha cadeira, já estarei no lucro.

Pra quem quiser acompanhar através das fotos basta ir ao Instagram, também prometo tentar atualizar o blog com novidades. Ah, lembrei de falar sobre isso após ver um post no blog da Carol Constantino, que aliás é muito bacana e pode interessar os que me acompanham por aqui.


Nenhum comentário: