sábado, 14 de dezembro de 2013

Já?

Eu não ando, mas o tempo voa. Quando olho o calendário e vejo que já estou morando no RS há quase duas semanas, confesso me assustar um pouco. 2013 voou, espero que 2014 não seja assim, preciso refazer alguns planos e perder o tempo certo para isso não é uma boa forma de se começar o ano.

Ainda não falei muito de Guaporé aqui no blog, cidade onde estou agora. É a minha terra natal, um lugar agradabilíssimo, com cerca de 25 mil habitantes. Difícil imaginar pra quem nasceu em cidade grande, mas se pegarmos toda a população, sequer encheríamos metade do Maracanã. É a típica cidade do interior, com um hospital, uma praça, uma igreja (foto)... Desde que cheguei, o que mais tenho estranhado é o clima. Ao contrário de Brasilia, onde só existem duas estações no ano: chuva e seca, aqui existem as quatro e as vezes todas elas acontecem no mesmo dia. Em Guaporé faz muito mais frio e muito mais calor do que em Brasilia. A regularidade do clima do cerrado já me da saudades.

Quanto a acessibilidade da cidade, coisa que bastante gente já tem me perguntado, confesso que ainda não tenho uma noção adequada para fazer críticas. Por ser uma cidade centenária, muitos prédios e lugares são antigos e sem acesso algum. Porém, já vi prédios novos, construídos e reformados há pouco e também sem acesso. Aí não da, se continuarem assim, farei uma revolução nessa cidade e pouco me importa se aqui tem um, dois ou mil deficientes, os direitos são os mesmos para qualquer pessoa, seja em Brasília ou em Guaporé.

O ponto positivo da mudança foi a casa. Espaçosa, consigo me movimentar facilmente com a cadeira, algo impossível nos últimos sete anos de lesão em que morei em apartamento. Outro destaque é como as coisas funcionam melhor em uma cidade pequena. Você chama alguém pra instalar um armário e ele logo chega, você precisa de um posto de saúde e logo é atendido... Claro, é preciso levar em consideração o número de habitantes e lógico que não sou burro de comparar uma cidade do interior com a capital do Brasil, mas proporcionalmente, os serviços aqui funcionam de forma exemplar.

O ponto negativo tem sido a indiscrição das pessoas quando me vem numa cadeira de rodas. Olhar faz parte, mas me dissecar por minutos é demais. Eu não mordo, não babo e muito menos sou portador de uma doença contagiosa. A falta de informação talvez seja o maior dos problemas e pelo pouco que já vi ela atinge todas as classes e níveis intelectuais.

Já vi que tudo levará tempo, eu preciso me readaptar a muitas coisas e as pessoas, a cidade também. Pode demorar, mas se alguém não começar as coisas só tendem a piorar, portanto: mãos à obra.


Na vitrola


Um comentário:

@maritoti disse...

Você, pra variar, dando lição em nós, pobres mortais.
Vou ser, inclusive, obrigada a conhecer o Sul do país pra ver isso aí! Hehehe
BOA SORTE, Fabito!
<3