sexta-feira, 2 de novembro de 2012

É público, pode gastar.

Acabam de acrescentar um novo significado a palavra ABSURDO. Explicarei, ou pelo menos tentarei explicar algo que ainda não consegui digerir entender. Tudo por que acabo de ler uma notícia a qual informava sobre a demolição do velódromo no Rio de Janeiro. Construído para os jogos PanAmericanos de 2007, pela bagatela originária dos cofres públicos de R$ 14 milhões, ele será demolido por não atender os critérios para receber uma competição olímpica como a de 2016.

Antes das eleições deste ano, Eduardo Paes, prefeito da cidade do Rio de Janeiro e em campanha eleitoral, afirmava com veemência ser contra a demolição e que faria o possível e o impossível para evitar que isso ocorresse. Porém, mal acabada a eleição, na qual ele foi reeleito em primeiro turno com 64% dos votos, a imponente opinião desapareceu e rapidamente deu lugar ao anuncio da demolição.

De acordo com o Comitê Olímpico Internacional, é necessária a adequação do velódromo em alguns quesitos para que possa ser utilizado nos jogos de 2016.  A remoção de dois pilares que atrapalham a visão, aumento das arquibancadas e a correção no ângulo da pista são os principais problemas que justificariam a reforma. Opa! Reforma? Então quer dizer que dava para corrigir os problemas apenas reformando? SIM! Porém, estamos no Brasil e por aqui as coisas raramente seguem o rumo da lógica, principalmente quando elas envolvem dinheiro público.

Feito os orçamentos de ambas as possibilidades, chegaram a conclusão de que para reformar seria necessária a quantia de R$ 126 milhões. Já para construir um novo, seriam necessários R$ 134 milhões. Eu nunca fui bom em matemática, mas se não me engano a reforma custaria 8 milhões a menos. Então por que raios foi optado pela opção mais cara? Afinal as duas deixariam o velódromo em perfeitas condições.

É obvio que em um mega evento como as Olimpíadas, 8 milhões não é nada, mas mesmo assim são 8 milhões. Esse "mísero" valor poderia ser útil em várias outras áreas: segurança, saúde, incentivo aos atletas... Difícil entender.

Eu sei que estou "chovendo no molhado", nada vai mudar. Atitudes como essa só reforçam ainda mais a minha falta de crença no Brasil. Não me refiro apenas aos que momentaneamente estão no poder, mas também a maioria do povo. Aqui, condenam-se os corruptos, mas na primeira chance os que hoje apontam o dedo tornan-se os acusados, são facilmente corrompidos.

O Brasil não vai mudar, se mudar, tenho a absoluta certeza que eu não estarei aqui para ver. O problema é muito maior do que possamos imaginar.

"We are products of our past, but we don't have to be prisoners of it."

Na vitrola:


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