domingo, 30 de setembro de 2012

Da boca pra fora

"Oi, tudo bem? Quanto tempo. Como estão as coisas?"

Você provavelmente já deve ter iniciado uma conversa dessa maneira. Mas será que você perguntou por que realmente estava interessado ou apenas por mera formalidade? Infelizmente, a maioria o faz apenas pela segunda opção. Virou uma espécie de protocolo inicial para uma conversa. Seja ela virtual ou pessoalmente. As respostas, quase sempre, pouco importam.

A banalidade tomou conta das pessoas e nem sempre nos damos conta do que estamos fazendo ou o por que fazemos. É só reparar no seguinte: as perguntas são as mesmas e as respostas também. Por quê? Virou rotina. Dificilmente ao perguntar se a pessoa está bem a resposta será negativa, mesmo não estando tudo bem.

Outra ocasição onde a banalidade impera são nas festas de final de ano. Reunimos as famílias, amigos e comemoramos. Arrisco dizer que nos tornamos tão formais ao ponto de nem sabermos o significado das datas ou o por que de estarmos ali celebrando. Tudo não passa de seguir um protocolo, cumprir a tradição, obedecer as regras. Afinal, sempre foi assim e assim continuará sendo.


Passa o Natal, chega o ano novo e repete-se a mesma lengalenga. "Feliz ano novo, muita saúde, paz, alegria...". Aniversários, na páscoa e até quando alguém morre. Para cada situação temos um conjunto de frases prontas para serem ditas, automaticamente. Vai data, vem data e o discurso se repete. Viramos um disco riscado, apenas esperando o momento certo para repetir tudo de novo, sem dar a mínima para as palavras que saem da nossa boca. Fala-se por falar e pronto. 

Não me excluo, também estou "programado" com esse mesmo velho disco riscado, cumprindo as formalidades do dia a dia. É difícil, o ideal seria perguntarmos somente quando realmente estivermos interessados e desejar algo somente quando fosse verdadeiro, não pra fazer média. As vezes, ser objetivo e pular essa burocracia nas conversas é a melhor saída.

Anteriormente quando discuti esse assunto, até de antissocial e de ser de outro mundo me acusaram (Seria uma síndrome de Sheldon Cooper?). Pois é, acredito ser nenhuma delas. Porém, se for para deixar de ser banal, repetitivo e as vezes acabar soando como uma pessoa falsa, prefiro fazer o papel de antissocial, mas sincero.

"A felicidade não está em viver, mas em saber viver. Não vive mais o que mais vive, mas o que melhor vive" 
Mahatma Gandhi

Na vitrola:
Mélanie Laurent - En t'attendant

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