sábado, 2 de junho de 2012

Muita calma nessa hora

Olá, eu não esperava tamanha repercussão no meu último post sobre o concurso do DETRAN. Além de inúmeras mensagens, recebi ligações da Globo e de uma rádio de Porto Alegre querendo saber mais sobre o assunto e a minha opinião. Por isso achei oportuno voltar aqui ainda hoje para um pequeno esclarecimento.

- Eu sempre soube do edital do concurso e suas regras, inclusive a que diz que se o deficiente inscrito não realizar qualquer etapa (incluindo o teste físico) estaria eliminado.

- É lógico que um fiscal do DETRAN precisa conseguir correr e ter capacidade física, jamais questionei isso. Esse não era esse o foco da minha crítica. Fiz o concurso já sabendo disso.

- Eu não menosprezo outros tipos de deficiências. Quem sou eu pra pensar algo assim, muito pelo contrário, sempre que posso defendo nossos direitos. Sejam cegos, surdos, amputados, cadeirantes...

Por fim, ressalto que o fato principal a ser destacado no post era que os concursos públicos não deveriam generalizar os deficientes. Pois como é hoje, um tetraplégico, um cego, um amputado, um manco... Todos disputam as mesmas vagas, são iguais perante a lei. O que sugiro, e não é de hoje, é uma mudança na lei, para que se divida em categorias, pelo grau de deficiência.

Também quero dizer que me expressei mal ao usar o termo "não são tão deficientes assim". A intenção não foi menosprezar candidato algum, mas sim chamar a atenção para a diferença de um lesado cerebral para alguém que tenha uma surdez parcial, por exemplo. Ambos são deficientes, mas são problemas diferentes e devem ser tratados de formas diferentes.

O meu raciocínio é parecido a respeito das cotas raciais. Vejamos o seguinte exemplo com dois estudantes que tenham se declarados negros: o primeiro é Pedrinho, que estudou a vida toda nas melhores escolas particulares e após concluir o ensino médio e fundamental fez cursinho pré-vestibular. O segundo é Joãozinho, que estudou a vida toda em escolas públicas e jamais sequer chegou perto de um cursinho pré-vestibular. Mesmo com a aparente desigualdade financeira entre eles, aos olhos da lei não há diferença, afinal ambos são negros e por isso disputarão a mesma vaga nas cotas. É justo? Eu acho que não.

Era isso, e apenas isso que queria destacar. Não podemos generalizar os deficientes assim como não se pode generalizar por raça. Existem deficientes mais capazes que outros (devido ao tipo de deficiência) e existem negros que não deveriam receber vagas das cotas, tirando o lugar de um que realmete precise. 

Agradeço a todos que divulgaram e que visitaram o blog. Voltem sempre e sintam-se a vontade para divergir. O que publico aqui é apenas a minha opinião, no máximo uma sugestão com a mais sincera intenção de tentar melhorar um pouco as coisas. Se isso ocorrerá, eu realmente não sei ;)

Um comentário:

Anônimo disse...

Entendo seu raciocinio. sou deficiente e acho justo separar por grau de lesao. Mas isso ainda demorará uma eternidade pra acobntecer.