segunda-feira, 5 de março de 2012

Concursos deficientes

Opa, definitivamente a questão Concurso Público x Deficientes ainda tem muito o que melhorar. Ontem, mais uma vez, fui fazer uma prova (sim, eu estou atirando para tudo que é lado) e mais uma vez me senti prejudicado. O problema não foi a acessibilidade, muito menos a estrutura do local para receber os deficientes, mas sim os fiscais disponibilizados para nos ajudar. Nada contra eles, não é pessoal, mas...

Essa foi a segunda vez que fiz uma prova no mesmo local. Uma escola pública (Setor Leste, na 611 sul) e até me surpreendi pela estrutura. Nada que fosse de encher os olhos, mas suficientemente bem adaptado para um cadeirante entrar e sair sem ter que escalar degraus ou fazer manobras mirabolantes para chegar na sala. É claro que nem todas as rampas possuíam a inclinação adequada e alguns buracos dificultaram um pouco a situação, mas de acordo com a tolerância que me é imposta, sou obrigado a dar uma nota 7 para a escola no quesito acessibilidade. Obs.: Não cheguei a ver se os banheiros eram adaptados ou não.

Mas vamos ao problema, que é dos grandes. Eu tenho dificuldade em preencher o gabarito de respostas. Até conseguiria, mas como o risco de rasurar e ser desclassificado é grande, solicito ajuda (prevista no edital de todos os concursos) para o preenchimento tanto do gabarito como para a redação. No gabarito, o fiscal pergunta: "Questão 1?" e respondo: "Questão 1 letra B de bola" e assim por diante. Tudo devidamente gravado em áudio por um mp3. Na redação é igual, vou ditando. Inclusive os acentos gráficos, se a palavra é com SS ou Ç, X ou CH, as vírgulas e demais pontuações. Um saco, seria infinitivamente mais fácil e justo se nos disponibilizassem um computador, mas paciência, novamente sou obrigado a tolerar.

O erro desta vez foi da fiscal, que ao preencher o cartão de respostas colocou a alternativa da questão número 44, na resposta da 45 e da 45 na resposta da 46. Eram 60 questões, com isso, todas as demais respostas ficaram prejudicadas. Ao perceber o erro, alertei a fiscal que me disse: "E agora? O que eu faço?" Como assim cara pálida? Essa pergunta deveria ser minha. Mas sim, eu tive que orienta-lá a chamar o responsável presente na escola para nos oferecer uma solução. Solução esta que foi um novo cartão de respostas, para começar o preenchimento novamente, desde a questão 1. Ok, problema resolvido? Em parte. Nessa brincadeira, entre o erro, chamar a fiscal responsável e o novo cartão foram perdidos minutos preciosos, mais precisamente 40.

Seria tranquilo, sem problemas se eu ainda não tivesse que fazer a redação. Novamente paciência, acontece e minha tolerância teve que trabalhar mais uma vez. Após tudo isso, passei a acreditar que agora mais nenhum problema aconteceria, doce engano. Na redação, nos é oferecido o espaço de 30 linhas, impreterivelmente. Fiz o rascunho em 25, para já deixar algumas linhas de "crédito" para a fiscal, caso a letra dela fosse grande. Mas a letra dela não era grande, era ENORME!

Ao ditar a quinta linha do rascunho, ela já estava escrevendo na décima. Ao ver o problema, comecei a editar a redação, cortando partes essenciais, de cabeça e rapidamente, pois a outra fiscal a cada instante aparecia na porta: "Faltam 30 minutos", "Faltam 15 minutos"... Tempo que me faltou devido devido ao outro erro cometido. Sendo assim, apesar de ter minha redação seriamente prejudicada, consegui terminar faltando exatos quatro minutos e com o nível de tolerância esgotado.

Vale dizer que não tenho absolutamente nada contra os fiscais, mas sim a quem os contrata. As pessoas que se oferecem para o cargo têm seu nível de escolaridade, idade e demais atributos mostrados ao contratante (assim espero), mas nenhum desses critérios parece fazer parte dos requisitos examinados por eles na hora da contratação, o que acaba prejudicando aqueles, como eu, que necessitam de ajuda.

Nossa! Perdão pelo tamanho do texto, mas achei necessário deixar relatado o problema, para quem sabe algum dia isso não ocorra novamente.

"Se você ranger os dentes e mostrar uma real determinacão, você sempre terá uma chance"
Charlie Brown

Na vitrola:

3 comentários:

Leonardo de Paula disse...

Não tem como você levar seu personal writer não? Hehehe Foda ter que depender de gente incompetente.

Anônimo disse...

parece o roteiro de algum filme de comédia, seria engraçado se não fosse trágico. Que irresponsabilidade dos coordenadores desses concursos. Mesmo com todas essas dificuldades, mantenha o foco no seu objetivo. Pois essas dificuldades irão valorizar suas conquistas. Aquele abraço, Diogoye!!!

Lucas Bergamo disse...

Que enorme sacanagem isso, coisa tao fácil de se resolver.