sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A minha primeira vez

Finalmente, depois de cinco anos do meu acidente, tive a minha tão sonhada primeira vez. Assim como a maioria, confesso ter ficado bastante nervoso, em determinados momentos até angustiado com tal situação. Mas a angustia estava prestes a acabar. O dia estava propício para tal ocasião. Chuva fina, tempo nublado, sem calor, ideal para tudo correr da melhor maneira possível.

Conforme combinado, às 16h, lá estava eu, pontualmente no lugar marcado. O tempo passava e nada da pessoa esperada chegar. Cinco, 10, 15 minutos se passaram até que finalmente vejo ela chegando no horizonte. A primeira impressão não foi das melhores. "Vou ter que entrar nisso aí?", pensei quase em voz alta. Esperava algo mais novo, um pouco melhor, mas devido a empolgação do momento e por ter aguardado todo este tempo, fingi nem perceber tais detalhes.

Assim que nos encontramos, expliquei a minha situação, dos problemas que havia enfrentado nestes últimos anos, das dificuldades e principalmente das minhas limitações. Foi fácil, a pessoa estava disposta a me ajudar em tudo o que fosse preciso, disse que teria toda a paciência do mundo, afinal era a minha primeira vez e sabia que o nervosismo fazia parte do processo. A partir daí, ganhei confiança, percebi que eu estava em boas mãos e nada poderia dar errado.

O tempo passava rápido e quando me dei conta já estávamos a sós. Quase não acreditei, mas estava na hora. Entrei com cuidado, o medo de me machucar, apesar da confiança transmitida, ainda estava presente. Aos poucos fui me encaixando, segurando nos locais indicados, achando as melhores posições. Começamos devagar, para trás, para frente, para trás, para frente, repetimos os movimentos algumas vezes e logo resolvemos mudar.

A velocidade aumentou, os movimentos ficaram mais intensos, minha mão suava, as janelas ficaram embaçadas, dificultando ver o que se passava lá fora, mas a essa altura, nada mais importava. Só queria saber de aproveitar cada segundo daquela oportunidade. Finalmente, depois de tanto tempo pude perceber que eu ainda era capaz. 

As dificuldades foram enormes, até maiores do que eu esperava. A nossa intenção era de fazer por duas horas seguidas, já havia até pago adiantado pelo serviço, mas infelizmente, devido aos problemas que encontrei e por ser minha primeira vez, resolvemos parar com apenas uma hora.

Quando acabamos, acreditem, eu estava exausto, como se tivesse feito horas de fisioterapia. Voltei para casa feliz, realizado por saber que ainda sou capaz de fazer isso e que com mais prática a tendência é melhorar, quem sabe aguentar por mais tempo. Agora só depende de mim, do meu esforço e prática. Ou seja, do jeito que eu gosto de fazer isso, praticaria todos os dias, de hora em hora se fosse possível.

É isso, foi assim, desse jeito que tive a minha primeira vez dirigindo depois do acidente, a minha primeira aula na autoescola. Semana que vem tem mais, se Deus quiser ;)

"Mesmo desacreditado e ignorado por todos, não posso desistir, pois para mim, vencer é nunca desistir."
Albert Einstein

4 comentários:

Nandi disse...

A minha felicidade por você é gigantesca meu irmãozinho... Vai que vai mooooleque!

O texto está show de bola tb... Morri de rir!!!

E, BORA FABITOOOOOOOO

Tati Sabadini disse...

Que maravilha!!! Amei o texto!!! Vai que você ainda vai dar carona pras meninas, hein? Beijos

Lucas Bergamo disse...

Genial, virei fã do blog, belo texto, tu tem talento parabéns.

Aline Greicy disse...

kkkkkkkkkkkk
Morri de rir!! Jornalista nato!
Beijo