sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

Hoje, dia 3 de dezembro, eu não podia deixar de passar por aqui, afinal, a data foi escolhida pela ONU como sendo o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência e Dia da Acessibilidade. O objetivo da criação da data é promover uma maior compreensão dos assuntos relacionados à causa. Infelizmente, segundo especialistas, comparado a países mais desenvolvidos, o Brasil está cerca de 20 anos atrazado no que diz respeito a políticas socias para portadores de deficiência. O que é um absurdo ao sermos apresentados ao número de portadores de necessidades especiais no nosso país, que chega a 15% da população, segundo o IBGE.

Se você achou o número alto, ele é bem maior segundo a CORDE (Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência), que acredita serem mais de 50 milhões de deficiêntes, cerca de 26% da população brasileira.

E se ao invéz de 28 milhões, afirmado pelo IBGE, o correto for mesmo o número de 50 milhões estipulado pela CORDE, qual seria o motivo para esconder a realidade nas pesquisas? Talvez seja para camuflar o tamanho do problema existente no Brasil e assim justificar a lentidão na realização das políticas públicas, determinadas pela constituição brasileira.

A dúvida faz sentido, e é corroborada pelo seguinte fato: Este ano ao receber o recenseador do IBGE, não foi perguntado em momento algum se havia um portador de deficiência na casa, e não foi só comigo. Ao conversar com outras pessoas, elas também afirmaram não terem sido questionadas sobre o fato. Curioso não?

Ao meu ver essa omissão só prejudica a população, e não somente os que são portadores de necessidades especiais. Afinal, o número de pessoas que se tornam deficiêntes no Brasil, também é assustador comparado a outros países. Enquanto nos Estados Unidos, cerca de 10 mil pessoas ficam deficiêntes por ano, por aqui são quase 10 mil por mês. O que significa que a cada dia, no Brasil, mais de trezentas pessoas se tornam deficiêntes. Seja por doenças, reflexo do caos na saúde pública, ou através de acidentes, na maioria das vezes causados pela imprudência de grande parte da população.

Infelizmente, apesar dos recentes avanços na criação de projetos que visam melhorar a acessibilidade e a inclusão dos deficiêntes, a sociedade brasileira ainda está longe de saber lidar com o problema.

Os impedimentos na vida dos deficientes devem ser eliminados, mas não por piedade e sim por direito, direito de inclusão, para que finalmente, a sociedade entenda que os portadores de deficiência, podem ser tão produtivos quanto qualquer outra pessoa. Afinal a maior e a pior de todas as deficiências é a falta de respeito.

Clique aqui para escutar o comentário completo no programa Visão Social.

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