terça-feira, 16 de outubro de 2012

Agora vai?

Animados com a Copa do Mundo de 2014 e com os jogos olímpicos de 2016? Eu confesso já estive mais, e não pelos jogos em sí, mas sim pelas melhorias que tais eventos deveriam trazer ao nosso país. Porém, uma matéria publicada no site do, agora Deputado Federal, Romário, em Junho deste ano, me desanimou.

Na matéria, que tratava de uma audiência realizada para debater a acessibilidade nos estádios da Copa 2014, alguns dados preocupantes foram levantados. Falta de banheiros e catracas adaptadas, rampas de acesso, visibilidade, entre outros, foram alguns dos problemas constatados. Na audiência, também foi revelado que os estádios não iriam respeitar a lei federal que exigia que 4% dos assentos fossem destinados às pessoas com deficiência. O número exato de lugares preferenciais era um problema gigante. Isso porque a lei brasileira exigia 4% dos espaços, enquanto a FIFA acenava com, ACREDITEM, apenas 0,01% dos assentos para às pessoas com deficiência. Sendo assim, no Brasil, alguns estádios estavam condicionados a disponibilizar apenas 70 assentos para pessoas com necessidades especiais.

Como afirmei acima, o problema estava nas diferentes legislações do Brasil, de alguns Estados e da FIFA. Porém, em agosto, foi publicado um decreto estabelecendo o obrigatoriedade dos estádios, já a partir da Copa das Confederações em 2013 e na Copa 2014, destinarem no mínimo 1% dos ingressos aos deficientes. Uma espécie de meio termo entre a lei brasileira e a da FIFA.

O decreto corrigiu um erro absurdo que poderia ocorrer. Isso por que a CBF já havia divulgado que, na Copa, iria doar cerca de 32 mil ingressos para os deficientes, cerca de 500 pessoas por jogo. Até aí, tudo bem, mas antes do decreto, a FIFA também afirmava que iria disponibilizar apenas 70 lugares por jogo aos deficientes. Ou seja, aonde entrariam os outros 430 deficientes com ingressos em mãos distribuídos pela CBF? É, seria um vexame.

Agora nas Olimpíadas
No último dia 10, o governo federal publicou o Decreto 7.823, o qual afirma que, ao menos 1% dos espaços e assentos dos estádios e ginásios das olimpíadas de 2016 deverão ser reservados aos deficientes. Diferentemente da FIFA, contrária a tal porcentagem, o decreto dos jogos olímpicos atende a recomendação dos dois comitês olímpicos, o Internacional e o brasileiro.

Ainda de acordo com o decreto, os assentos e espaços para as pessoas com deficiência e seus acompanhantes, deverão ficar em locais com boa visibilidade e sinalizados. Como foi aprovado somente agora, e já existem obras em andamento, os projetos deverão se adequar as novas normas. Rampas e elevadores específicos serão itens obrigatórios em todos os centros esportivos.

Eu continuo incrédulo, tenho centenas de motivos para continuar assim. Sabe o São Tomé? Pois é, eu também só areditarei ao ver tudo funcionando. Torço muito para que tudo de certo, mas principalmente para que, após os jogos, as coisas continuem funcionando.


"Those who stand for nothing fall for anything". 
Alexander Hamilton

Na vitrola:
 

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