sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Educação existe, mas está em falta

Opa, fiquei de atualizar o blog sobre o que achei da feira de acessibilidade, mas acabei sem tempo nos últimos dias. Sobre ela, o que posso dizer é que valeu pela iniciativa, por ser a primeira de muitas que ainda devem acontecer em Brasília. Este tipo de evento não engrena do dia para a noite. Requer tempo e somente assim ganhará credibilidade, tanto dos empresários dispostos a investirem, como das pessoas que têm interesses no mercado e nas novidades voltadas aos deficientes físicos.

O local escolhido para a feira foi excelente. O Centro de Convenções Ulysses Guimarães fica bem no centro da capital e é completamente acessível. O que achei falha da organização, foram as datas escolhidas. A feira começou numa segunda, dia 14, passou pelo feriado do dia 15, e terminou na quarta-feira, 16. Aqui em Brasília, os feriadões tem uma característica muito especial: o último que sair apaga a luz. Sempre que aparece uma folga, quem pode, viaja. Acredito que isso contribuiu um pouco para o baixo movimento, se tivessem escolhido datas mais próximas ao final de semana, talvez fosse melhor. Mesmo assim, valeu pela iniciativa, ano que vem, com certeza será diferente.

Hoje tive mais uma aula na autoescola. Pois é, como disse, fiquei sem tempo na semana passada e não pude fazer nenhuma. Ainda restam mais duas aulas, que farei nas próximas sextas-feiras. Portanto, se virem o carro da foto passando por ai, saiam de perto, é um "tetra" no volante. Sobre a prova prática do Detran, ainda não sei se farei este ano. Com as feriados de dezembro, pode ser que não de tempo. Coisa que, como já disse, não me preocupa. Mas garanto que será uma das minhas prioridades para o primeiro mês de 2012.

Aqui vale uma ressalva. É incrível a quantidade de gente mal educada e principalmente sem paciência no trânsito. Ok, isso não é nenhuma novidade, mas mesmo ao ver um carro de autoescola, com um adesivo de deficiente físico do tamanho do mundo, as pessoas cortam na sua frente, buzinam e até te mandam para aquele lugar. Aliás, fui mandado pra lá por um bombeiro fardado, aparentemente em seu carro particular. Belo exemplo de cidadania não?

Em contrapartida, tenho tido algumas gratas surpresas de pessoas educadas. Durante a semana, tenho algumas aulas voltadas para concursos públicos. Nelas, é constante a preocupação das pessoas comigo. Se preciso de alguma coisa, se podem ajudar em algo... Raramente tem um dia que ninguém se oferece para ajudar. 

No começo, é possível perceber o receio das pessoas em oferecer ajuda ou até mesmo de puxar uma conversa. A impressão que dá é que existe uma placa na minha testa em letras garrafais: "Cuidado! Cadeirante raivoso". Mas é compreensível, afinal, antes do meu acidente, sempre tive receio de abordar pessoas na cadeira de rodas por medo de receber uma resposta ríspida ou por achar que a pessoa não fosse querer conversar a respeito da situação, talvez por se achar inferior ou algo do tipo. 

Atualmente, vejo que é completamente o oposto. Pelo menos comigo e com a maioria dos amigos cadeirantes que tenho. É muito melhor conversar abertamente e saciar logo a curiosidade, normal, que existe. Eu não tenho problema algum com isso, até gosto de explicar logo tudo que acoteceu e mostrar que apesar da cadeira, ainda existe uma pessoa como qualquer outra em cima dela. Costumo dizer que não existe pergunta indiscreta ou mal feita, desde que você esteja preparado para ouvir a resposta, seja ela qual for.

"Se um dia você tiver que escolher entre o mundo e o amor, lembre-se: se escolher o mundo, ficará sem amor, mas se você escolher o amor, com ele conquistará o mundo".
Albert Einsten


Na vitrola: Dirty Heads - Stand Tall

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